A saúde mental no trabalho nunca esteve tão em evidência. Entre pressões por resultados, excesso de demandas e ambientes mal estruturados, cresce a urgência de tratar os riscos psicossociais como um tema estratégico.
A falta de gestão de riscos psicossociais não é apenas um problema de clima organizacional. Ela impacta diretamente a vida dos colaboradores e pode custar caro para as empresas trazendo consequências como queda de produtividade, afastamentos e até multas trabalhistas.
Ignorar esse aspecto é como dirigir um carro sem manutenção: parece funcionar por um tempo, mas o risco de pane cresce a cada quilômetro rodado.
Vamos entender isso melhor?!
O que é gestão de riscos psicossociais?
A gestão de riscos psicossociais consiste em identificar, avaliar e reduzir fatores no ambiente de trabalho que afetam a saúde mental e o bem-estar dos colaboradores.
Esses riscos envolvem tanto a organização do trabalho quanto as relações humanas dentro da empresa. Alguns exemplos comuns, são:
- Excesso de carga horária e metas inalcançáveis.
- Falta de autonomia para tomar decisões.
- Comunicação falha entre líderes e equipes.
- Pressão psicológica, assédio moral ou constrangimento.
- Falta de reconhecimento ou perspectivas de crescimento.
Esses fatores podem parecer “parte da rotina corporativa”, mas quando não são geridos, evoluem para estresse crônico, adoecimento e desmotivação.
Consequências da falta de gestão de riscos psicossociais para os colaboradores
Entre os fatores que trazem consequências com a falta de gestão de riscos psicossociais, podemos citar:
- Adoecimento mental e físico
Sem gestão adequada, aumentam os casos de ansiedade, depressão e burnout. Só em 2021, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão e a ansiedade custaram à economia global US$ 1 trilhão por ano em perda de produtividade.
No Brasil, dados do INSS mostram que transtornos mentais já estão entre as principais causas de afastamento. E o impacto não para na mente: o estresse prolongado se manifesta em sintomas físicos como insônia, hipertensão e gastrite.
- Desmotivação e presenteísmo
Trabalhar em um ambiente tóxico gera perda de engajamento. O colaborador até comparece, mas sem energia, foco ou criatividade. Esse quadro é conhecido como presenteísmo e custa caro às empresas porque prejudica a performance do trabalhador de forma silenciosa.
- Rotatividade e ruptura de vínculos
Sem gestão dos riscos psicossociais, o vínculo entre colaborador e empresa enfraquece. O profissional começa a procurar outras oportunidades, gerando alta rotatividade. Isso aumenta custos com recrutamento e sobrecarga nos colegas que ficam.
- Impacto na vida pessoal
O sofrimento não fica no escritório. O colaborador leva a tensão para casa, prejudicando relações familiares e sociais. É um efeito dominó que atravessa fronteiras profissionais e compromete a qualidade de vida.
Consequências da falta de gestão de riscos psicossociais para as empresas
Para as empresas também não é diferente, as consequências podem ser sentidas através de:
- Queda de produtividade
Ambientes desorganizados e estressantes reduzem drasticamente a performance. Segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), locais de trabalho com alto nível de riscos psicossociais podem ter até 30% menos produtividade.
- Afastamentos e custos trabalhistas
Os afastamentos por saúde mental têm crescido de forma acelerada. Para a empresa, isso significa custos diretos (licenças, substituições) e indiretos (perda de conhecimento, erros, sobrecarga).
Além disso, a negligência expõe a empresa a multas e processos trabalhistas. Por esse motivo, normas como a NR-17 (ergonomia) e a Lei 14.457/2022 obrigam organizações a mapear e mitigar os riscos psicossociais. Ignorar essas regras pode gerar autuações em fiscalizações do Ministério do Trabalho.
- Reputação em risco
Em tempos de redes sociais, a experiência do colaborador é pública. Avaliações em sites como Glassdoor ou Reclame Aqui podem manchar a imagem da marca empregadora. Isso afasta talentos e até compromete a relação com investidores.
- Perda de talentos estratégicos
As novas gerações valorizam ambientes saudáveis e equilibrados. Empresas que ignoram saúde mental correm o risco de perder profissionais qualificados, que para serem substituídos é caro e demorado.
O custo invisível de não investir em gestão psicossocial
Muitas empresas ainda enxergam a gestão de riscos psicossociais como um gasto adicional. Mas a realidade mostra o contrário: a omissão custa muito mais.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão e a ansiedade geram um prejuízo global de cerca de US$ 1 trilhão por ano em perda de produtividade. No Brasil, o INSS registrou em 2024 mais de 472 mil afastamentos por transtornos mentais, um salto de 67% em relação a 2023, número que comprova o impacto crescente desse problema nos ambientes de trabalho.
Uma organização internacional que produz estudos e evidências sobre os impactos econômicos da saúde, a ISPOR (International Society for Pharmacoeconomics and Outcomes Research), publicou um estudo que estimou que os custos para empresas brasileiras relacionados a transtornos mentais, somando absenteísmo e presenteísmo, podem ultrapassar R$ 1,1 milhão por ano em determinados cenários. Isso porque, além dos afastamentos, há perdas silenciosas no dia a dia, quando colaboradores estão presentes, mas com a produtividade reduzida.
Em contrapartida, investir em prevenção é muito mais acessível e rentável. A própria OMS aponta que cada dólar aplicado em programas de promoção da saúde mental retorna, em média, quatro dólares em produtividade. Programas como treinamentos de liderança, pesquisas de clima, apoio psicológico e melhorias organizacionais custam menos do que as perdas acumuladas pela falta de gestão.
Comparativo: empresas que cuidam vs. empresas que ignoram
Na prática, a diferença entre empresas que levam a sério a gestão de riscos psicossociais e aquelas que a ignoram é gritante. Organizações que investem em políticas de saúde mental conseguem construir um ambiente de confiança, onde os colaboradores se sentem apoiados e valorizados. O resultado aparece como maior engajamento, retenção de talentos e uma produtividade estável ao longo do tempo. Esse cuidado também fortalece a imagem da empresa, que passa a ser vista como um lugar saudável para trabalhar e um parceiro confiável para clientes e investidores.
No outro extremo, empresas que deixam de lado esse aspecto enfrentam um ciclo de desgaste difícil de reverter. O turnover aumenta porque os profissionais não encontram respaldo para lidar com a pressão. Os afastamentos por questões de saúde mental se tornam frequentes, gerando custos adicionais e sobrecarregando as equipes que ficam. A produtividade cai, os resultados ficam instáveis e, além disso, crescem os riscos legais e reputacionais.
Em outras palavras: enquanto algumas empresas crescem sustentadas por pessoas motivadas e saudáveis, outras ficam presas no custo alto de apagar incêndios.
Conclusão
A falta de gestão de riscos psicossociais gera consequências profundas: colaboradores adoecidos, queda de produtividade, aumento de afastamentos, multas e perda de talentos.
Já as empresas que priorizam esse tema conquistam ambientes mais saudáveis, sustentáveis e competitivos. Investir em saúde mental no trabalho não é luxo: é estratégia inteligente para crescer de forma sólida.
No fim, a conta é simples: ignorar sai caro, prevenir é investimento.
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